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Estudo despotrtivo
 

Estudo histórico dos praticantes, modalidades e equipamentos do concelho de Alijó

 

Estudo histórico dos praticantes, modalidades e equipamentos do concelho de Alijó

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INDICE:

 

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Alijó: 3

Ø     Freguesia do Amieiro: 3

Ø     Freguesia de Carlão: 4

Ø     Freguesia de Casal de Loivos: 4

Ø     Freguesia do Castedo: 4

Ø     Freguesia de Favaios: 5

Ø     Freguesia de Pegarinhos: 5

Ø     Freguesia do Pinhão: 6

Ø     Freguesia da Ribalonga: 6

Ø     Freguesia de Santa Eugénia: 7

Ø     Freguesia de São Mamede de Ribatua: 8

Ø     Freguesia de Vale de Mendiz: 8

Ø     Freguesia de Vila Chã: 9

Ø     Freguesia de Vila Verde: 9

Ø     Freguesia de Vilar de Maçada: 10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Alijó:

 

 

Sendo Alijó a sede do Concelho foram já e continuam a ser praticadas aqui um grande número de modalidades (e aqui excluímos as modalidades que foram praticadas pela Escola C+S de Alijó), através de várias equipas ou colectividades que já existiram no passado ou que existem neste momento. No presente há uma equipa de futebol de onze o Atlético Clube Alijoense que está na tabela da 2ª Divisão Regional Zona Norte, a Associação de Kung-Fu [MSOffice1]  actualmente a ministrar aulas desta arte marcial no Complexo das Piscinas Municipais de Alijó e aulas de Aeróbica também nas citadas Piscinas Municipais. No passado houve já a prática das seguintes modalidades: Andebol, Futebol de Sala, Basquetebol e Voleibol (todas elas nas camadas mais jovens e, a grande maioria, masculinos e femininos).

No que diz respeito a equipamentos desportivos temos em Alijó um campo de futebol, um Pavilhão gimnodesportivo, um campo de futebol (de dimensões mais pequenas) na Escola C+S de Alijó e, por fim um polidesportivo a céu aberto na localidade anexa da Granja.

 

 

 

 

Ø     Freguesia do Amieiro:

 

 

Nesta localidade não existem quaisquer equipamentos adequados para a prática desportiva, à excepção de um campo de futebol que também está neste momento pelado e desactivado.

Para além de não haver equipamentos e, tanto quanto recorda o Presidente da Junta de Freguesia (cessante), nunca houve no Amieiro nenhuma associação ou colectividade vocacionada para a prática do desporto nem sequer algum desporto praticado com um mínimo de organização. Mais fomos informados pelo Sr, Presidente que, nem sequer existem nesta Freguesia suficiente número de jovens para a formação de qualquer equipa desportiva.

 

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Carlão:

 

 

Não existem, no momento presente em Carlão associações activas para a prática de desporto, nem desportos praticados. No passado existiram os seguintes desportos nesta Freguesia: Atletismo em que houve um grupo de jovens que, sem estarem ligados a nenhum clube ou associação chegaram treinados por um treinador da Freguesia a participar (e a ganhar) provas regionais e Futebol com o G.D.C.R. [MSOffice2] de Carlão a jogar durante algum tempo na 2ª Divisão Zona Norte. Este foi o último desporto que se praticou nesta localidade e deixou de existir há mais de cinco anos[MSOffice3] .

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Casal de Loivos:

 

 

Segundo fomos informados pelo Presidente da Junta de Freguesia desta localidade, nunca existiram em Casal de Loivos quaisquer associações de índole desportiva, nem sequer modalidade alguma que tenha sido praticada dentro da Freguesia.

Em relação a equipamentos próprios para a prática de desportos os únicos que podemos encontrar em Casal de Loivos são um campo de futebol e um polidesportivo.

 

 

 

 

Ø     Freguesia do Castedo:

 

Não existe no momento presente qualquer desporto praticado ou associação de índole desportiva nesta Freguesia. No passado já

 

 

 

 

 

 

houve, no entanto, Futebol de onze tanto sénior como júnior, mas ambos acabaram há já bastante tempo.

Um campo de futebol pelado e abandonado há muito tempo é o único equipamento desportivo da Freguesia.

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Favaios:

 

 

A par de muitas outras actividades recreativas e culturais já existiu em Favaios uma equipa de Futebol com alguma relevância o Grupo Desportivo, Cultural e Recreativo de Favaios que chegou a figurar na tabela da 2ª Divisão Regional e que teve não só futebol sénior (com alguns atletas inclusivamente semi-profissionais ou mesmo profissionais) mas também camadas mais jovens.

Relativamente a equipamentos o único é o campo de futebol que está equipado também com balneários.

 

Ø     Freguesia de Pegarinhos:

 

 

Esta Freguesia tem um dos únicos dois clubes de futebol que continuam activos no nosso Concelho a Associação Desportiva, Cultural e Recreativa de Pegarinhos[MSOffice4]  que presidida pela Presidente da Junta de Freguesia chegou a militar na 1ª Divisão Regional, apesar de ultimamente ter descido para a 2ª.

Para além do respectivo campo de futebol (pelado, mas com balneários), existe também uma pequena piscina onde costumam ir de Verão os jovens daquela Freguesia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ø     Freguesia do Pinhão:

 

 

Esta Vila é um dos casos mais interessantes e bem sucedidos do desporto do nosso Concelho. Assim temos um clube o Clube Pinhoense Douro que possibilita a prática de vários desportos que não são possíveis em mais nenhum outro do nosso Concelho. São praticados nesta associação Caça e Pesca (com atletas federados e sócios), Vela, Raides turísticos (de jipe e moto) e Canoagem, modalidade em que foram organizadas várias provas e em que houveram várias participações em outras.

Através de um protocolo realizado com um instituto de Lamego que consiste num programa de intercâmbio, está neste momento a ministrar aulas de Canoagem no clube uma professora da antiga U.R.S.S. que ensina uma técnica própria e muito pouco vulgar (talvez mesmo inédita) no nosso país.

Para além deste houve também outro clube o Futebol Clube Pinhoense que chegou a estar na 2ª Divisão Regional, mas que está desactivado (segundo informações da ex-Presidente da Junta) há mais de dezoito anos, tendo todo o espólio ficado à guarda da Junta de Freguesia, respectivamente o campo e os balneários anexos a este.

Os equipamentos para a prática desportiva desta Vila são (para além do já mencionado campo de futebol): um polidesportivo com balneários (junto ao rio) e os polidesportivos escolares que para além de servirem o desporto escolar são emprestados sempre que solicitado a outras colectividades ou pessoas.

 

 

 

 

Freguesia da Ribalonga:

 

 

O passado desportivo da Ribalonga é, tal como o presente muito pouco rico, não só em eventos como também em equipamentos. Para além das crianças desta Freguesia que praticam Ginástica (ministrada

 

 

 

 

 

por um professor da Escola C+S de Alijó) numa sala (junto ao campo de futebol) e quase sem condições algumas para o efeito, não existe no momento presente algum outro desporto praticado aqui. Houve, no entanto, há muitos anos atrás, Futebol.

O único equipamento e, por isso mesmo o campo de futebol que é pelado e está desactivado há já bastante tempo.

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Santa Eugénia:

 

 

Apesar de no corrente ano e já de algum tempo a esta parte, não haver prática de nenhum desporto em Santa Eugénia, já existiram no passado algumas modalidades nesta Freguesia, a saber: Futebol de onze com o Grupo Desportivo, Cultural e Recreativo a figurar durante algum tempo na tabela da 2ª Divisão Regional Zona Norte, Futebol de sala com organização de vários torneios maioritariamente para os jovens e durante o verão e com várias participações de algumas equipas em competições organizadas em Alijó, no Pavilhão Gimnodesportivo e, por último Atletismo onde chegaram a existir na Freguesia vários atletas que, apesar de não pertencerem ou estarem filiados em clube algum, tiveram várias participações em algumas provas Distritais e Regionais, sem no entanto obterem grandes resultados.

Assim não havendo nenhum desporto actualmente na Freguesia existem no entanto os equipamentos que podem possibilitar a prática de alguns que são: um campo de futebol pelado mas com os respectivos balneários, um polidesportivo a céu aberto que foi cedido ao Grupo Desportivo pela Junta de Freguesia e, por fim, a sede desta mesma colectividade que apesar de não estar equipada convenientemente para actividades desportivas pode por ser bastante ampla possibilitar a prática de vários desportos, para além de estar equipada com mesas de Ténis de mesa e Bilhares.

 

 

 

 

 

 

 

Ø     Freguesia de São Mamede de Ribatua:

 

 

            Neste momento não há desporto algum que se pratique nesta Freguesia, pois todas as equipas que já existiram foram desactivadas, no entanto houveram já na localidade equipas de várias modalidades, algumas até com projecção a nível nacional. Praticou-se Andebol desporto em que uma equipa feminina da Freguesia se sagrou campeã nacional da modalidade, Atletismo, Futebol de onze e finalmente Futebol de sala com várias participações de outras tantas equipas nos torneios de verão, organizados no Pavilhão Gimnodesportivo de Alijó.

         Todas as modalidades aqui descritas foram praticadas debaixo da alçada do Grupo Desportivo e Cultural de São Mamede De Ribatua, colectividade que atravessa agora momentos bastante difíceis e várias incertezas com relação ao futuro serão realizadas brevemente eleições e, se ninguém concorrer para liderar a associação todo o seu espólio reverterá para a Junta de Freguesia que por ele zelará.

         No que toca a equipamentos desportivos existem um campo de futebol e um polidesportivo a céu aberto.

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Vale de Mendiz:

 

 

            Em Vale de Mendiz nunca existiu nenhuma associação de índole desportiva nem nenhum desporto praticado. Apesar disto o Centro Social e Cultural de Vale de Mendiz, não sendo uma colectividade vocacionada para a prática de desporto já organizou vários torneios de Futebol de sala.

         Em termos de equipamentos apenas existe um polidesportivo a céu aberto e um campo de futebol.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Vila Chã:

 

 

            Encontramos nesta Freguesia um dos mais activos exemplos do desporto no Concelho. Em Vila Chã a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa, possibilita a prática de Futebol, por outro lado na localidade anexa da Chã, para além de outras actividades sociais, recreativas e culturais, a Associação Cultural e Recreativa assegura a prática de Futebol, não havendo, no entanto um clube organizado. Por fim na aldeia de Carvalho a Associação Cultural, Social e Desportiva, presidida pelo próprio Presidente da Junta de Freguesia é bastante activa e tem já no seu currículo a organização de várias provas de Rally Paper e de Jogos Tradicionais.

         Os equipamentos desportivos que servem esta Freguesia e as respectivas anexas são: campos de futebol em Vila Chã, na Chã (sem sequer marcação) e em Carvalho.

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Vila Verde:

 

 

            O desporto nesta Freguesia e no momento presente é praticamente inexistente. Mesmo no passado (e segundo informações cedidas pela Presidente da Junta) nunca houve na Freguesia ou nas anexas equipas organizadas em qualquer desporto (à excepção de pequenas equipas organizadas ad hoc por alturas de festa ou outras ocasiões esporádicas).

         Relativamente a equipamentos, existem os seguintes: campos de futebol (pelados e desactivados) nas localidades de Vila Verde, Perafita, Souto de Escarão e no Freixo. Para além destes que são os únicos que existem actualmente, está a decorrer em Vale de Agodim a construção de mais um campo de futebol.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ø     Freguesia de Vilar de Maçada:

 

 

            Não há no momento actual prática de qualquer desporto nesta Freguesia. No entanto, no passado, existiram aqui várias equipas e modalidades que foram desaparecendo ao longo dos tempos, a saber: Futebol de onze, Atletismo onde chegou a haver alguns atletas da Freguesia que participaram em algumas provas de âmbito regional e por fim Ciclismo. Todas estas modalidades, assim como muitas outras actividades de natureza cultural, recreativa e mesmo social foram possíveis ao abrigo de uma associação o Grupo Artístico, Desportivo e Cultural de Vilar de Maçada que neste momento está já desactivado.

         Relativamente a equipamentos desportivos existem na Freguesia um campo de futebol, um polidesportivo a céu aberto (que está cedido à colectividade pela Junta de Freguesia) e a sede da colectividade.

 

 


 

 

 

Associações Desportivas

Freguesia

Centro Desportivo, Recreativo e cultural

de Santa Eugénia (D)

Santa Eugénia

Clube Pinhoense Douro

 


Futebol Clube Pinhoense (D)

 

Pinhão

Atlético Clube Alijoense

Alijó

Associação Social, Cultural, Recreativa e Desportiva de Pegarinhos

Pegarinhos

Centro Recreativo e Cultural de Vale de Mendiz (D)

Vale de Mendiz

Associação, Cultural, Desportiva, Recreativa de Vila Chã

 


Associação Cultural e Recreativa da Chã

Associação Socio-Cultural e Desportiva de Carvalho

 

 

Vila Chã

Associação Cultural e Social de São Mamede de Ribatua

São Mamede de Ribatua

Grupo Artístico Desportivo e Cultural

Vilar de Maçada

Centro Recreativo e Cultural de Vila Verde

Vila Verde

Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de Favaios

Favaios

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

* (D) - Desactivado

 


 [MSOffice1] É necessário ainda ver (o mais rapidamente possível) se consigo pela última vez apanhar o Sr. João prof. De Kung-Fu nas Piscinas Municipais (ou na oficina) para lhe perguntar como se chama a associação e o que faz.

 [MSOffice2]Verificar o nome do clube de futebol que terá existido em Carlão ( e a Divisão em que chegaram a andar)

 [MSOffice3]Segundo informações da Presidente da Junta.

 [MSOffice4]Verificar se de facto este nome da Associação de Pegarinhos está correcto (uma vez que foi dada por jovens da Freguesia, porque a Presidente da Junta [e do clube, simultaneamente] encontra-se doente)


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Um Pouco de Poesia:

 
Luís Vaz de Camões

Babel e Sião
 
Sôbolos rios que vão 
Por Babilônia, me achei, 
Onde sentado chorei 
As lembranças de Sião 
E quanto nela passei. 

Ali, o rio corrente 
De meus olhos foi manado; 
E, tudo bem comparado, 
Babilônia ao mal presente, 
Sião ao tempo passado. 

Ali, lembranças contentes 
Na alma se representaram; 
E minhas cousas ausentes 
Se fizeram tão presentes 
Como se nunca passaram. 

Ali, depois de acordado, 
Co rosto banhado em água, 
Deste sonho imaginado, 
Vi que todo o bem passado 
Não é gosto, mas é mágoa. 

E vi que todos os danos 
Se causavam das mudanças 
e as mudanças dos anos; 
Onde vi quantos enganos 
Faz o tempo às esperanças. 

Ali vi o maior bem 
Quão pouco espaço que dura; 
O mal que depressa vem, 
E quão triste estado tem  
Quem se fia da ventura. 

Vi aquilo que mais vale, 
Que então se entende milhor, 
Quando mais perdido for; 
Vi ao bem suceder mal 
E, ao mal, muito pior. 

E vi com muito trabalho 
Comprar arrependimento; 
Vi nenhum contentamento, 
E vejo-me a mim, que espalho 
Tristes palavras ao vento. 

Bem são rios estas águas 
Com que banho este papel; 
Bem parece ser cruel 
Variedade de mágoas 
E confusão de Babel. 

Como homem que, por exemplo, 
Dos transes em que se achou, 
Despois que a guerra deixou, 
Pelas paredes do templo 
Suas armas pendurou: 

Assim, depois que assentei 
Que tudo o tempo gastava, 
Da tristeza que tomei, 
Nos salgueiros pendurei 
Os órgãos com que cantava. 

Aquele instrumento ledo 
Deixei da vida passada, 
Dizendo: Música amada, 
Deixo-vos neste arvoredo, 
À memória consagrada. 

Frauta minha que, tangendo, 
Os montes fazíeis vir 
Pra onde estáveis correndo, 
E as águas, que iam descendo, 
Tornavam logo a subir, 

Jamais vos não ouvirão 
Os tigres, que se amansavam; 
E as ovelhas que pastavam, 
Das ervas se fartarão 
Que por vos ouvir deixavam. 

Já não fareis docemente 
Em rosa tornar abrolhos 
Na ribeira florescente; 
Nem poreis freio à corrente, 
E mais se for dos meus olhos. 

Não movereis a espessura, 
Nem podereis já trazer 
Atrás de vós a fonte pura, 
Pois não pudestes mover 
Desconcertos da ventura. 

Ficareis oferecida 
À Fama, que sempre vela, 
Frauta de mim tão querida; 
Porque, mudando-se a vida, 
Se mudam os gostos dela. 

Acha a tenra mocidade 
Prazeres acomodados, 
E logo a maior idade 
Já sente por pouquidade 
Aqueles gostos passados. 

Um gosto que hoje se alcança, 
Amanhã já o não vejo: 
Assim nos traz a mudança 
De esperança em esperança 
E de desejo em desejo. 

Mas, em vida tão escassa, 
Que esperança será forte? 
Fraqueza de humana sorte, 
Que quanto da vida passa 
Está recitando a morte! 

Mas deixar nesta espessura 
O canto da mocidade! 
Não cuide a gente futura 
Que será obra da idade 
O que é força da ventura. 

Que idade, tempo, o espanto 
De ver quão ligeiro passe, 
Nunca em mim puderam tanto, 
Que, posto que deixe o canto,  
A causa dele deixasse. 

Mas em tristezas e nojos, 
Em gosto e contentamento, 
Por sol, por neve, por vento, 
Tendré presente á los ojos  
Por quien muero tan contento 
 

Órgãos e frauta deixava, 
Despojo meu tão querido, 
No salgueiro que ali estava, 
Que pera troféu ficava 
De quem me tinha vencido. 

Mas lembranças da afeição 
Que ali cativo me tinha, 
Me perguntaram então: 
Que era da música minha 
Que eu cantava em Sião? 
Que foi daquele cantar 
Das gentes tão celebrado? 
Porque o deixava de usar? 
Pois sempre ajuda a passar 
Qualquer trabalho passado. 

Canta o caminhante ledo 
No caminho trabalhoso, 
Por entre o espesso arvoredo; 
E de noite o temeroso, 
Cantando, refreia o medo. 

Canta o preso docemente, 
Os duros grilhões tocando; 
Canta o segador contente, 
E o trabalhador, cantando, 
O trabalho menos sente. 

Eu, que estas cousas senti 
Na alma, de mágoas tão cheia, 
Como dirá, respondi, 
Quem alheio está de si 
Doce canto em terra alheia? 

Como poderá cantar 
Quem em choro banha o peito? 
Porque, se quem trabalhar 
Canta por menos cansar, 
Eu só descansos enjeito. 

Que não parece razão 
Nem parece cousa idônea, 
Por abrandar a paixão, 
Que cantasse em Babilônia 
As cantigas de Sião. 
 

Que, quando a muita graveza 
De saudade quebrante 
Esta vital fortaleza, 
Antes moura de tristeza  
Que, por abrandá-la, cante. 

Que, se o fino pensamento 
Só na tristeza consiste, 
Não tenho medo ao tormento: 
Que morrer de puro triste, 
Que maior contentamento? 

Nem na frauta cantarei 
O que passo e passei já, 
Nem menos o escreverei; 
Porque a pena cansará 
E eu não descansarei. 

Que, se a vida tão pequena 
Se acrescenta em terra estranha, 
E se Amor assim o ordena, 
Razão é que canse a pena 
De escrever pena tamanha. 

Porém se, pera assentar 
O que sente o coração, 
A pena já me cansar, 
Não canse pera voar 
A memória em Sião. 

Terra bem-aventurada, 
Se, por algum movimento, 
Da alma me fores mudada, 
Minha pena seja dada 
A perpétuo esquecimento. 

A pena deste desterro, 
Que eu mais desejo esculpida 
Em pedra ou em duro ferro, 
Essa nunca seja ouvida, 
Em castigo do meu erro. 

E se eu cantar quiser, 
Em Babilônia sujeito, 
Hierusalém, sem te ver, 
A voz, quando a mover, 
Se me congele no peito. 

A minha língua se apegue 
Às fauces, pois te perdi, 
Se, enquanto viver assi, 
Houver tempo em que te negue 
Ou que me esqueça de ti! 

Mas, ó tu, terra de Glória, 
Se eu nunca vi tua essência, 
Como me lembras na ausência? 
Não me lembras na memória, 
Senão na reminiscência. 

Que a alma é tábua rasa 
Que com a escrita doutrina 
Celeste tanto imagina, 
Que voa da própria casa 
E sobe à Pátria divina. 

Não é logo a saudade 
Das terras onde nasceu 
A carne, mas é do Céu, 
Daquela santa Cidade 
De onde esta alma descendeu. 

E aquela humana figura, 
Que cá me pôde alterar, 
Não é quem se há-de buscar: 
É o raio da Fermosura 
Que só se deve de amar. 

Que os olhos e a luz que ateia 
O fogo que cá sujeita, 
Não do sol, mas da candeia  
É sombra daquela idéia 
Que em Deus está mais perfeita. 

E os que cá me cativaram 
São poderosos afeitos 
Que os corações têm sujeitos; 
Sofistas que me ensinaram 
Maus caminhos por direitos. 

Destes o mando tirano 
Me obriga, com desatino, 
A cantar, ao som do dano, 
Cantares de amor profano 
Por versos de amor divino. 

Mas eu, lustrado co santo 
Raio, na terra de dor, 
De confusão e de espanto, 
Como hei-de cantar o canto 
Que só se deve ao Senhor? 

Tanto pode o benefício 
Da Graça, que dá saúde, 
Que ordena que a vida mude: 
E o que eu tomei por vício 
Me faz grau pera a virtude. 

E faz que este natural 
Amor, que tanto se preza, 
Suba da sombra ao real, 
Da particular beleza 
Pera a Beleza geral. 

Fique logo pendurada 
A frauta com que tangi, 
Ó Hierusalém sagrada, 
E tome a lira dourada 
Pera só cantar de ti; 

Não cativo e ferrolhado 
Na Babilônia infernal, 
Mas dos vícios desatado 
E cá desta a ti levado, 
Pátria minha natural. 

E se eu mais der a cerviz 
A mundanos acidentes, 
Duros, tiranos e urgentes, 
Risque-se quanto já fiz 
Do grão livro dos viventes. 

E, tomando já na mão 
A lira santa e capaz 
Doutra mais alta invenção, 
Cale-se esta confusão, 
Cante-se a visão da paz! 

Ouça-me o pastor e o rei, 
Retumbe este acento santo, 
Mova-se no mudo espanto; 
Que do que já mal cantei 
A palinódia já canto. 

A vós só me quero ir, 
Senhor e grão Capitão 
Da alta torre de Sião, 
À qual não posso subir, 
Se me vós não dais a mão. 

No grão dia singular 
Que na lira o douto som 
Hierusalém celebrar, 
Lembrai-vos de castigas 
Os ruins filhos de Edom. 

Aqueles que tintos vão 
No pobre sangue inocente, 
Soberbos co poder vão, 
Arrasai-os igualmente, 
Conheçam que humanos são. 

E aquele poder tão duro 
Dos afeitos com que venho, 
Que incendem a alma e engenho; 
Que já me entraram o muro 
Do livre alvídrio que tenho; 

Estes, que tão furiosos 
Gritando vêm a escalar-me, 
Maus espíritos danosos,  
Que querem como forçosos 
Do alicerce derrubar-me, 

Derrubai-os, fiquem sós, 
De forças fracos, imbeles; 
Porque não podemos nós 
Nem com eles ir a Vós, 
Nem sem Vós tirar-nos deles. 

Não basta minha fraqueza 
Pera me dar defensão, 
Se Vós, santo Capitão, 
Nesta minha fortaleza 
Não puserdes guarnição. 

E tu, ó carne que encantas, 
Filha de Babel tão feia, 
Toda de misérias cheia, 
Que mil vezes te levantas 
Contra quem te senhoreia, 

Beato só pode ser 
Quem com a ajuda celeste 
Contra ti prevalecer, 
E te vier a fazer 
O mal que lhe tu fizeste; 

Quem com disciplina crua 
Se fere mais que uma vez, 
Cuja alma, de vícios nua, 
Faz nódoas na carne sua, 
Que já a carne na alma fez 

E beato quem tomar  
Seus pensamentos recentes 
E em nascendo os afogar, 
Por não virem a parar 
Em vícios graves e urgentes; 

Quem com eles logo der 
Na pedra do furor santo 
E, batendo, os desfizer 
Na Pedra, que veio a ser 
Enfim cabeça do Canto; 

Quem logo, quando imagina 
Nos vícios da carne má, 
Os pensamentos declina 
Àquela carne divina 
Que na Cruz esteve já; 

Quem do vil contentamento 
Cá deste mundo visível, 
Quanto ao homem for possível, 
Passar logo o entendimento 
Pera o mundo inteligível, 

Ali achará alegria 
Em tudo perfeita e cheia 
De tão suave harmonia, 
Que nem, por pouca, escasseia, 
Nem, por sobeja, enfastia. 

Ali verá tão profundo 
Mistério na suma Alteza, 
Que, vencida a Natureza, 
Os mores faustos do Mundo 
Julgue por maior baixeza. 

Ó tu, divino aposento, 
Minha Pátria singular, 
Se só com te imaginar 
Tanto sobe o entendimento, 
Que fará, se em ti se achar? 

Ditoso de quem se partir 
Pera ti, terra excelente, 
Tão justo e tão penitente, 
Que, despois de a ti subir, 
Lá descanse eternamente! 
 
 

 Leia o Salmo (136) que inspirou o poema 
 
 
  Remetente : Paulo Torquato Tasso

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My Children

Here I might write about my children. I will write when they were born and what grade they are currently in. I will also mention some the teams and organizations they are involved with.

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